sexta-feira, junho 30, 2006

Com a palavra, Lula!

Um pouco mais de munição para a oposição, reforçando o artigo Vai ter Briga!, postado pelo querido Serjão .

Sobre FHC

"O governo FHC foi bom no primeiro mandato, mas o processo de reeleição foi muito ruim, tanto para ele quanto para o governo."

“E o Fernando Henrique Cardoso teve este comportamento digno de preparar a transição. Amanhã (hoje) vamos acertar. Eu acho que esse é um símbolo importante de que a democracia brasileira está enraizada na consciência das pessoas."

Fora dos palanques, o governo federal não fala em herança maldita de FHC. Em um livro que será divulgado nesta semana (em 2004), o petismo federal acabou fazendo o seu mais amplo reconhecimento do que considera méritos da administração de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). O Plano Real trouxe, finalmente, estabilidade econômica e condições para a retomada do planejamento governamental, diz livro Projeto Brasil em Três Tempos, publicado pelo NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos), vinculado à Presidência.

Ao discursar em seminário promovido pelo BID, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a era do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e pediu dinheiro aos países ricos. “O Brasil, ao longo das últimas décadas, logrou êxito em pelo menos seis metas", disse o presidente. Citou três: a queda da mortalidade infantil, o aumento das matrículas de 1ª a 8ª séries e uma política de controle da Aids.

Ahhh... então o Brasil não foi descoberto em 2003 e a herança não foi tão maldita assim... Palavras do batráquio.

Sobre a ditadura militar

"A gente pode concordar ou não concordar. Mas o Brasil foi pensado no tempo de Getúlio, de Juscelino e pelos militares. Muitos de nós aqui foram presos, mas a verdade é que do ponto de vista do pensamento estratégico os militares pensaram o Brasil. Não fizeram distribuição de renda, deixaram dívida, mas pensaram".

Lula com saudades de Golbery?

Sobre Fidel

Fidel Castro é um exemplo de ética”. Luís Inácio Lula da Silva. (Jornal da Tarde, 29 de novembro de 2000).

Sobre eleições e democracia

Privadamente, Lula, com 56 anos de idade, pensa alto que a eleição é uma 'farsa' pela qual é preciso passar para tomar o poder". (Le Monde, 1 de outubro de 2002)

Sobre o neocumpanhero Sarney

"Sarney é um impostor que chegou à Presidência assaltando o poder"

"Antigamente se dizia que o Ademar de Barros era ladrão, que o Maluf era ladrão; pois bem: Ademar de Barros e Maluf poderiam ser ladrão (sic), mas eles eram trombadinhas perto do grande ladrão que é o governante da Nova República, perto dos assaltos que faz" (sic). Lula, em Aracajú (06/09/87)

Sobre seus hermanitos de la estrella roja

“Eu posso terminar dizendo, Palocci, uma coisa que eu já falei a vida inteira e vou dizer para você: todo mundo tem família, em toda família tem briga, Eu digo sempre o seguinte: nem todo irmão da gente é um grande companheiro, até porque você não escolhe irmão, mas companheiro você escolhe. E eu posso te dizer, Palocci, que se é verdade que nem todo irmão é um grande companheiro, é verdade que um bom companheiro é um grande irmão. É por isso que posso te dizer, Palocci, independente deste momento que estamos vivendo agora, eu posso lhe dizer: a nossa relação é de companheiro, possivelmente mais do que a relação de irmão.

Muito obrigado, querido."

"Feliz o país que tem um político da magnitude do Zé Dirceu, que tem coragem e inteligência para fazer o enfrentamento".

"(...) crime eleitoral cometido", já reconhecido pelo "nosso Delúbio", aconteceu na eleição de 2004 para as prefeituras.

Incrível!!!

quarta-feira, junho 28, 2006

Teoria e Prática

Queridos amigos,

De férias, retomei um de meus passatempos favoritos: a leitura. Em minhas idas e vindas pelos rincões da internet, deparei-me com o discurso de posse de Lula. Resolvi relê-lo. Claro, não foi o Apedeuta in Chief quem o escreveu, mas será que em algum momento de seu mandato elle se lembrou de suas primeiras palavras ao povo brasileiro como presidente? Duvido...

Vamos a alguns trechos:

"Mudança"; esta é a palavra chave, esta foi a grande mensagem da sociedade brasileira nas eleições de outubro. A esperança finalmente venceu o medo e a sociedade brasileira decidiu que estava na hora de trilhar novos caminhos.Diante do esgotamento de um modelo que, em vez de gerar crescimento, produziu estagnação, desemprego e fome; diante do fracasso de uma cultura do individualismo, do egoísmo, da indiferença perante o próximo, da desintegração das famílias e das comunidades. Diante das ameaças à soberania nacional, da precariedade avassaladora da segurança pública, do desrespeito aos mais velhos e do desalento dos mais jovens; diante do impasse econômico, social e moral do País, a sociedade brasileira escolheu mudar e começou, ela mesma, a promover a mudança necessária.

Foi para isso que o povo brasileiro me elegeu Presidente da República: para mudar.


Comentário: Sim, a população clamava por mudança e por essa possibilidade, Ali Lulababá e seu grão-vizir Duda cooptaram empresários, a classe média, o povão... Aqui temos o primeiro sintoma de estelionato eleitoral. Nada mudou. O Partido do Trambique não tinha projeto de governo; limitou-se a apropriar de idéias alheias e a surfar na onda de bonança mundial (a sorte lhes sorriu).

Enquanto houver um irmão brasileiro ou uma irmã brasileira passando fome, teremos motivo de sobra para nos cobrirmos de vergonha. Por isso, defini entre as prioridades de meu Governo um programa de segurança alimentar que leva o nome de "Fome Zero".

Como disse em meu primeiro pronunciamento após a eleição, se, ao final do meu mandato, todos os brasileiros tiverem a possibilidade de tomar café da manhã, almoçar e jantar, terei cumprido a missão da minha vida
.

Comentário: O Fome Zero, belíssima peça de propaganda, tal como foram as pirotecnias eleitorais do Céu Saúde (lembram da maquete?) de Martaxa e o Fura-Fila de Pitta (mais tarde, renomeado de Paulistão pela prefeita-perua). Fracassou o Fome Zero? Não tem problema! Vamos nos apropriar dos programas assistencialistas de FHC, bolsa-escola, vale gás, unificá-los e renomear para Bolsa-Família, e "vender" como nossa maior realização. E, incrível!! Que grande efeito colateral: encabrestamos o eleitorado de baixa renda e ainda podemos aclamar nosso Supremo Calango como "o pai dos pobres".

Para isso, será também imprescindível fazer uma reforma agrária pacífica, organizada e planejada. (...) vamos incrementar também a agricultura familiar, o cooperativismo, as formas de economia solidária. Elas são perfeitamente compatíveis com o nosso vigoroso apoio à pecuária e à agricultura empresarial, à agroindústria e ao agronegócio, são, na verdade, complementares tanto na dimensão econômica quanto social. Faremos isso sem afetar de modo algum as terras que produzem, porque as terras produtivas se justificam por si mesmas e serão estimuladas a produzir sempre mais, a exemplo da gigantesca montanha de grãos que colhemos a cada ano.

Comentário: Reforma Agrária pífia (até FHC fez melhor), nada pacífica (aumentaram as invasões, as mortes no campo e os ditos "movimentos sociais" agora se parecem mais com guerrilhas) ou tampouco planejada. O suposto vigoroso apoio ao agronegócio converteu-se em cortes brutais no orçamento destinado a essa área que hoje encontra-se em situação pré-falimentar; voltamos a sofrer com a aftosa; Roberto Rodrigues finalmente jogou a toalha e pediu demissão...

O governo petralha ignorou, desde seu início, a norma (criada no governo FHC) a norma pela qual toda terra invadida fica fora do processo da reforma agrária por pelo menos dois anos, continuou a dar caminhões de dinheiro aos tais "movimentos sociais" e não retaliou de forma contundente os responsáveis pela invasão na Aracruz ou mesmo do MLST à Câmara. Conivência ao extremo!

Disse e repito: criar empregos será a minha obsessão. Vamos dar ênfase especial ao Projeto Primeiro Emprego, voltado para criar oportunidades aos jovens, que hoje encontram tremenda dificuldade em se inserir no mercado de trabalho. O pacto social será, igualmente, decisivo para viabilizar as reformas que a sociedade brasileira reclama e que eu me comprometi a fazer: a reforma da Previdência, reforma tributária, reforma política e da legislação trabalhista, além da própria reforma agrária. Esse conjunto de reformas vai impulsionar um novo ciclo do desenvolvimento nacional.

Comentário: Imagine se não fosse obsessão. O Primeiro Emprego, um vexame; o desemprego continua na casa dos dois dígitos; as reformas não saíram do papel. Contudo, a carga tributária só fez aumentar. Essa, nos faz trabalhar 4 meses por ano para pagarmos as irresponsabilidades no trato da coisa pública, além de limitar a expansão do emprego.

Por tudo isso, acredito no pacto social. Com esse mesmo espírito constituí o meu Ministério com alguns dos melhores líderes de cada segmento econômico e social brasileiro. Trabalharemos em equipe, sem personalismo, pelo bem do Brasil e vamos adotar um novo estilo de Governo com absoluta transparência e permanente estímulo à participação popular.

Comentário: dos 26 ministérios iniciais, 13 ficaram com o PT, cujos membros, em sua maioria, haviam sido derrotados nas eleições (prêmio d consolação?). Benedita, Olívio, Berzoini, Dirceu, Humberto Costa, Rossetto... ahhh sim... grandes líderes!!!

O combate à corrupção e a defesa da ética no trato da coisa pública serão objetivos centrais e permanentes do meu Governo. É preciso enfrentar com determinação e derrotar a verdadeira cultura da impunidade que prevalece em certos setores da vida pública. Não permitiremos que a corrupção, a sonegação e o desperdício continuem privando a população de recursos que são seus e que tanto poderiam ajudar na sua dura luta pela sobrevivência. Ser honesto é mais do que apenas não roubar e não deixar roubar. É também aplicar com eficiência e transparência, sem desperdícios, os recursos públicos focados em resultados sociais concretos. Estou convencido de que temos, dessa forma, uma chance única de superar os principais entraves ao desenvolvimento sustentado do País. E acreditem, acreditem mesmo, não pretendo desperdiçar essa oportunidade conquistada com a luta de muitos milhões e milhões de brasileiros e brasileiras.

Comentário: sem comentários

Sob a minha liderança o Poder Executivo manterá uma relação construtiva e fraterna com os outros Poderes da República, respeitando exemplarmente a sua independência e o exercício de suas altas funções constitucionais.

Comentário: que piada! Comprou a Câmara com o mensalão; legislou através de MPs.

A grande prioridade da política externa durante o meu Governo será a construção de uma América do Sul politicamente estável, próspera e unida, com base em ideais democráticos e de justiça social. Para isso é essencial uma ação decidida de revitalização do MERCOSUL, enfraquecido pelas crises de cada um de seus membros e por visões muitas vezes estreitas e egoístas do significado da integração.

Comentário: Sob Lula, o Mercosul acabou...

Por isso, inicio este mandato com a firme decisão de colocar o Governo Federal em parceria com os Estados a serviço de uma política de segurança pública muito mais vigorosa e eficiente. Uma política que, combinada com ações de saúde, educação, entre outras, seja capaz de prevenir a violência, reprimir a criminalidade e restabelecer a segurança dos cidadãos e cidadãs.

Comentário: mais uma piada infame! Não foi construída sequer uma prisão federal. Saúde e educação foram ignoradas durante a gestão de nosso Macunaíma Gump (Prouni - um programa que privilegia a ignorância; FUNDEB, que ainda não foi implementado; ensino básico colocado em segundo plano, Reforma Universitária com características maoístas). Nós, cidadãos, nunca estivemos tão sitiados...

Cada um de nós, brasileiros, sabe que o que fizemos até hoje não foi pouco, mas sabe também que podemos fazer muito mais.

Comentário: Aha! No discurso de posse, o Batráquio reconheceu que outros governos contribuíram para o país. Já o candidato-presidente hoje afirma que o Brasil foi descoberto em 2003...

Viva o povo brasileiro!

Comentário: Coitado do povo brasileiro.

Pois é... recordar é viver. Se o Brasil não tem memória, que tratemos de ressuscitá-la. Que a oposição "tome tento" e pare de agir com covardia; chega de aceitar a máxima criada pelo grão-vizir Duda de que quem bate perde. Vamos malhar o Judas que, em terras tupiniquins, tem nome e endereço: Batráquio Apedeuta - Granja do Torto e/ou Palácio do Alvorada.

segunda-feira, junho 26, 2006

Um pouco de otimismo

Queridos amigos,

Chega de luto! Chega de lamentar! Chega de desesperança! Hoje, estou feliz! Explico:

- Estou de férias! Duas semanas inteiras de Dolce far Niente! Viva! Viva! Viva!
- ADOREI o blog do Reinaldão! Que bom que esta voz não se calou. Pelo contrário, está mais tagarela do que nunca (risos)!
- Na Copa, a Argentina penou, a Itália penou, a Inglaterra penou... favorito quem???
- No front político, Lula não aguentou e abandonou o mote paz e amor (ueba!!!) e, ao atacar os adversários, conseguiu o impossível: unificar o discurso da oposição; pesquisas apontam uma certa reação do chuchu.
- Kirchner apóia reeleição do Apedeuta! Ueba!!! Que venham Morales, Chávez, Fidel!!! Ahhh... e também Rubinho Barrichelo (hehehehe).

Claro, nem tudo é perfeito. Estou gripada, o batráquio ainda é favorito absoluto e o Brasil irá penar para passar por Gana... mas um pouco de otimismo não faz mal!

segunda-feira, junho 19, 2006

Hoje, o blog está de luto!

Queridos amigos,

Hoje, este humilde bloguinho está de luto! Afinal, hoje, o Brasil acordou mais pobre. Mais pobre porque perdemos uma das principais e mais destemidas vozes, o Primeira Leitura, na árdua tarefa de desnudar o PT e seu mais notório comandante, o Batráquio Apedeuta, ou como diria o guerreiro Reinaldo Azevedo, o Moderno Príncipe.

Mais pobre porque no final de semana, Bussunda tranferiu seu agridoce humor para o céu...

Mais pobre pois o maná do povo, a seleção brasileira, não encantou...

Mais pobre, literalmente, pois desde Cabral (sic) não pagamos tantos impostos... que financiam os desmandos do atual (des)governo...

Choro hoje as lágrimas de quem TEM vergonha na cara...

sexta-feira, junho 16, 2006

“Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz”

Todos devem conhecer a célebre frase atribuída a Lênin que serve de título para este post. Bem... todos, menos nosso Apedeuta in Chief, cujo apreço pela leitura é nulo. Mas, na prática, esta é sua nova (?) estratégia. Vamos ao discurso de campanha de hoje:

"Vocês estão percebendo que todo dia tem gente destilando ódio contra mim. Isto ocorre porque eles governaram o país desde a chegada de Cabral e não fizeram nada. E eles perguntam: ´Por que este metalúrgico faz’?”

Ele mesmo respondeu: "Porque este metalúrgico tem o que eles não têm: este metalúrgico tem caráter.

Parem as máquinas! Tirem-me os tubos! Resgatem-me do universo paralelo! Acordem-me do pesadelo!

Vamos analisar o discurso do Macunaíma Gump por partes:

1- Crime eleitoral

Pela lei eleitoral, o presidente, em atos oficiais, deve respeitar o princípio da impessoalidade, i.e., não pode se valer de recursos e infra-estrutura públicos para atacar terceiros e enaltecer a si próprio. Neste caso, estava em Recife assinando convênios com prefeituras. E aproveitou o palanque armado com dinheiro público para "responder" aos ataques do senador José Jorge, que afirmara, no dia anterior que o batráquio não trabalhava, viajava muito e que bebia muito. Coloquei o responder entre aspas, pois o calango nada afirmou sobre seu trabalho, viagens ou sobre seus hábitos etílicos (risos). Apenas limitou-se a xingar a oposição do que ele é e a acusá-la do que ele faz...

2- Mentiras e mais mentiras

- O auto-elogio mentiroso: "Eu tenho caráter". Pergunto-me: tem caráter quem desrespeita abertamente a lei eleitoral? Tem caráter alguém que afirma que o Brasil só passou a existir a partir de seu governo? Tem caráter alguém que afirma que as CPIs massacraram os mensaleiros? Tem caráter alguém que afirma que "não sabia" ou que "foi traído" mas não revela o(s) nome(s) do(s) traidor(es)? Ou que apropria para si conquistas alheias? Ou que afirma ser caixa 2 prática comum? Ou que joga fora todas as bandeiras anteriormente defendidas em detrimento de um plano de poder? Ou que confunde o público com o(a) privado(a)? Valham-me os deuses!!! Mais uma vez: “Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz”.

- Destilar ódio é exclusividade da oposição: bem... os termos “bandido, mau-caráter, malfeitor, mentiroso” utilizados por nosso Supremo Apedeuta ao comentar matéria da Veja são o quê? Doces, paz e amor? Ou então a tentativa de expulsar Larry Rother do país poderia ser chamada de atitude benevolente? Pelo jeito, merecem apenas palavras de carinho do sapo barbudo os cumpanhêros Palocci, Dirceu, Maranhão, Morales, Chávez, etc... Vou me tornar repetitiva: “Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz”

3- Megalomania

Lula por Lula: um homem sem pecados, a reencarnação do Messias, o pai dos pobres, o grande realizador, o incontestável líder do Mercosul e dos países do terceiro mundo.

Afinal, quem é de fato o molusco? Minha modesta opinião: um ser completamente destituído de superego, ignorante por preguiça e convicção, nada ingênuo, oportunista, medíocre em termos administrativos, sem qualquer sentimento de fidelidade (bem, só a si mesmo e a seu plano de poder), com total desprezo à democracia, mas que em sua astúcia não hesita em utilizar o cargo que ocupa para, através de propaganda maciça, controle (direto e indireto) das instituições e recursos públicos, aproveitar-se da pleble ignara e suarenta (que, se depender delle, continuará cada vez mais ignara e suarenta) para (re)conduzí-lo ao reinado de nossa cada vez mais republiqueta de bananas.

Enquanto isso...

- A imoralidade é premiada nas pesquisas eleitorais
- A Argentina dá show na Copa e vence por 6 X 0 a Servia e Montenegro

Serão realmente presságios do fim do mundo?

Ps: Ahhhh... como estava sentindo falta de meter o pau no batráquio (risos)!

segunda-feira, junho 12, 2006

Comentários que valem um post

Queridos amigos,

Estive fora de SP (e longe do PC) no final de semana e hoje viajei a trabalho. Havia postado na última quinta-feira um texto que expressava exatamente meu sentimento perante a atual iniqüidade reinante. Mas, melhor que o texto, foram os comentários sobre o tema, os quais tomo a liberdade de reproduzí-los abaixo. Sinto que precisamos discutir/debater mais sobre este momento de inércia que nos abate... Vamos lá!

Alexandre disse...

Que texto, Nat.
Realmente tenho que concordar: a urna é um penico!

Apenas acho que o autor está desprezando algo que não se ouve, não se vê, é algo silencioso, mas existe e transbordará de forma avassaladora em outubro.
Veremos...

Meu comentário: será que somente uma ínfima parcela dos brasileiros ouvirão e verão até outubro? Ou não estaríamos nós desprezando a força dos bolsas-família e "eu não sabia"?

Camarada Arcanjo disse...

Porque a inação, pergunta o autor.Por que o povo sabe que qualquer ação não terá apoio da classe política. O Legislativo é uma vergonha e o Judiciário apoia esta vergonha. O Excutivo é o resultado do Legislativo no poder administrativo do Estado.A inação não é exclusividade do povo, antes, a inação é uma característica da classe política diante do crime praticado pela classe política.

Meu comentário: Corretíssimo, Camarada. A inação é ampla, geral e irrestrita. Temos uma oposição covarde; a proliferação do Estado de Baderna entre todos os poderes; enfim, poucas e cada vez mais inaudíveis vozes corajosas.

Santa disse...

Nat querida, A sociedade brasileira vive um quadro de barbárie. Um retrocesso nos níveis mais básicos, como comer e morar. Antes mesmo da educação, saúde sanitária, trabalho, salários, etc.. O caos social que se manifesta no Brasil está bem exemplificado nos níveis de violência que tem se repetido em várias partes do Brasil. Afinal, somos uma massa faminta, doente, desempregada e marginalizada. Na medida em que o tecido social está deteriorado, os pobres tornam-se "inimigos públicos" da sociedade em função de sua reação à miséria - onde a violência (do quebra-quebra do MLST aos banhos de sangue do narcotráfico), buscam legitimidade no incentivo ao medo da população. Essa é a realidade, e passa a margem do Congresso, do Supremo, do Palácio do Planalto e do partido político ("pseudo-representação da sociedade")

Meu comentário: Querida Santa, ahhh... quantos já triunfaram no caos! E estamos mais uma vez repetindo a história, contudo, em um momento em que a internet permite o acesso à informação como nunca dantes sonhado. Exploração da miséria e do desespero! Mais um ídolo de barro! Legitimação da violência! Quem é "amigo"? Quem é "inimigo"?

Saramar disse...

Nat, boa tarde. O texto é um dos mais primorosos já construídos sobre a tragédia brasileira.

Meu comentário: Querida Saramar, "tragédia" talvez seja a melhor palavra para definir nossa atual situação... Catástrofe seria a próxima da lista... sobretudo, em um eventual segundo mandato do apedeuta imoral...

Ozéas disse...
Dizem que quando a munição falha e o tiro não sai, que picotou...Ainda não foi dessa vez que o Blog do Ozéas acabou. Obrigado pelas palavras de carinho.

Meu comentário: É, Ozeas... a munição falhou e o tiro explodiu no cano e feriu o atirador...

José Alberto Mostardinha, disse...

Será que vocês aí não arrumam definitivamente um tipo sério para tomar conta desse imenso e rico país?Ou será que há interesses que estão sempre boicotando o trabalho dos governos?

Meu comentário: Vivemos no bananão... os sérios são boicotados; os picaretas continuam a reinar.

Magui disse...

Esse cara é um pândego: saiu do Brasil!!! kakakaka

Meu comentário: Sei lá, Magui... talvez tenhamos nos habituado ao circo de nossa republiqueta... ao fim e ao cabo, quantos sairão do Brasil?

vera disse...

A urna um penico, mas precisamos usar... Nat, vê se não some de novo!

Meu comentário: Querida Vera, sumo de vez em quando, mas não desapareço... (risos). Certamente, temos que considerar a urna como uma necessidade básica... mesmo que esta esteja suja e imprópria para o uso (mais risos).

Stella disse...

Nat, impossível se alienar quando pessoas como você, ainda sentem indignação. Creio que por várias gerações o país sofrerá as consequências desse desgoverno, a verdade é que estamos sem opções.

Meu comentário: Querida Stella, minha indignação já ultrapassou os limites do pensamento racional. E, infelizmente, concordo contido. As conseqüências deste desgoverno se refletirão por anos e anos... será que nossa geração viverá para comemorar a erradicação da praga populista/de esquerda/ anacrônica no Brasil? Tomara!

Angela disse...

Nat, o texto é primoroso, mas eu ainda creio que tanta arrogância tem um preço e que o povo reagirá nas urnas, isso não será o fim dos problemas, mas o início de uma luta árdua que nos levará um dia a ele, pode até ser que leve mais de uma geração, mas a "terra prometida" somos nós quem teremos de arar.

Meu comentário: Querida Angela, já comprei o arado, mas ele está guardado no armário esperando o tempo de semear... espero que não enferruje...

Lucas disse...

O ensaio geral para a tomada do Poder foi feito. Aguardemos, confortavelmente sentados, que apareça, no meio do MST, do MLST ou dos Sem Teto urbanos, alguém com a audácia de Adolf Hitler ou Lênin para que se tome de fato o poder de Estado — contra nós, porque totalitário. Então, o novo governo que será dirigido por um partido, traçará suas diretivas e dará suas ordens às Forças Armadas como no III Reich e na URSS

Meu comentário: Sinceramente, prefiro esperar por um Roosevelt ou por um Churchill... prefiro um atalho (risos).

Angela disse...

Nat, ao menos por uma noite vamos esquecer tudo isso e celebrar o amor, a paixão, a vida. Feliz noite dos namorados.

Meu comentário: Sábias palavras, Angela! Vou desligar rapidinho o PC e correr para o aconchego dos braços do meu amor! FELIZ DIA DOS NAMORADOS!!!! (Especialmente, a meu novo "ídolo", o Ronaldo Fenômeno - risos)



quinta-feira, junho 08, 2006

O ano em que desistimos

Amigos,
Continuo em estado vegetativo nas questões de política. Contudo, gostaria de ter escrito o texto abaixo, o qual expressa exatamente meu sentimento atual...

O ano em que desistimos
GUSTAVO IOSCHPE

O MAIS surpreendente destes doze meses em que começamos a chamar parlamentares de "mensaleiros" não é que uma fatia aparentemente expressiva de nossos deputados recebesse uma mesada para votar com o governo. Nem que os deputados achassem que podiam se inocentar desse crime através da confissão de outro (caixa dois).

Nem que eles efetivamente tenham sido inocentados. Nem que um deles tenha conjurado para sua absolvição uma trama certamente demasiado rocambolesca para ser aceita no mais mexicano dos folhetins: a esposa foi ao banco pagar a conta da TV a cabo e saiu de lá com 50 mil reais. Nem que o escárnio tenha chegado a tal ponto que uma congressista tenha se sentido suficientemente à vontade no ambiente prostibular que se tornou o belo prédio de Niemeyer para desfilar seus desajeitados passes do funk da sem-vergonhice. Nem que recursos de empresas estatais fossem uma fonte do numerário usado para alimentar os mensaleiros, configurando um novo e tenebroso nível de estelionato no país, em que os recursos do Estado são utilizados para irrigar um partido a chegar e manter-se no poder, solapando a isonomia que é a essência do regime democrático.

Nem que o marqueteiro do presidente tenha reconhecido, aos prantos, que recebeu dinheiro no exterior -uma única vez!- para realizar a campanha política de petistas. Nem que depois tenhamos descoberto que aquela não havia sido a única. Nem que, do "núcleo duro" do governo, um membro tenha sido cassado e indiciado por suspeitas de chefiar a máfia, outro tenha sido forçado a pedir demissão e tenha também sido indiciado por abiscoitar propinas em seus tempos de prefeito e o terceiro tenha abandonado seu ministério por negócios escusos com um familiar. Nem que um ministro da Fazenda tenha entrado em conluio com o presidente do segundo maior banco público do país para violar o direito à privacidade de um caseiro e divulgar seu sigilo bancário à imprensa.

Nem que o procurador-geral da República tenha oferecido denúncia contra 40 das mais altas cabeças da República por formação de quadrilha e tenha chamado o partido ora no poder de "sofisticada organização criminosa". Nem que dinheiro público tenha aparecido numa cueca em um detector de metais de um aeroporto. Nem mesmo que o nosso presidente -aquele que nomeou e chefiou toda a gangue e que tem ao seu dispor todo o aparato de informação e inteligência das forças de investigação civis e militares- consiga se manter no cargo única e exclusivamente por alegar desconhecimento de tudo e todos que estavam à sua volta e que foi traído. (Em outros países, desconhecimento, autismo e ingenuidade desqualificam a pessoa para o exercício da Presidência. No Brasil, tornam-na favorita para a reeleição.)

Não. Tudo isso é grotesco, é revoltante, é pusilânime, é roto e vergonhoso. Mas não chega a ser surpreendente porque, infelizmente, a única coisa que nos surpreende em nossos homens públicos é a correção, a ética, a honestidade.

O que é verdadeiramente surpreendente, o que beira as raias do chocante é que, envolta e soterrada por essa avalanche de esterco, enganada e vilipendiada por seus representantes eleitos e sabendo que os contos da carochinha contados por eles em sua defesa não passavam de empulhação da grossa, a sociedade brasileira tenha aquiescido e aquietado-se. Que tenha aceitado mansamente escândalo depois de escândalo. Que tenha relevado aquilo que povos sadios teriam visto como acinte. Que num país de 180 milhões de almas penadas não tenha havido um partido, um sindicato, um grêmio estudantil, uma ONG ou uma roda de bocha sequer com a disposição de ir às ruas, de convocar uma passeata, de jogar um mísero tomate ou dar um grito solitário contra essa patifaria que nos confisca a nação.

Com o silêncio, tornamo-nos cúmplices. Por que essa inação? Será que as duas décadas de miasma econômico nos deixaram suscetíveis a acreditar que um crescimento econômico que só superou o haitiano é realmente uma boa performance? Nos vendemos por tão pouco? Ou será que a fadiga com o sistema político chegou ao ponto da total indiferença? Será que depois de apostarmos na redemocratização, no presidente-carateca, no presidente-sociólogo e no presidente-operário e vermos nossas expectativas cada vez mais frustradas finalmente abandonamos o barco? Não sei. O certo é que esses últimos doze meses, esses sombrios e desalentadores doze meses marcam a nossa desistência. Lavamos as mãos.

Daqui pra frente nossa democracia será como aqueles casamentos em que os cônjuges mal disfarçam sua infidelidade. Permanecem casados por um misto de conveniência e obrigação, mas ambos sabem que nenhuma das partes pode ser confiada, nem tampouco que cabe qualquer indignação frente aos abusos e omissões do outro. Os eleitos nos enganam e os eleitores tentamos burlar leis, sonegar taxas e tratar a urna como penico, e ficamos acertados que ninguém denunciará as impropriedades do outro.
Estamos num grande e árido deserto, sem ninguém que possa nos conduzir pelo mar vermelho-lama que cada vez ocupa mais espaços. Talvez um dia nosso povo chegue à Terra Prometida, mas não será nesta geração.

GUSTAVO IOSCHPE , 29, mestre em desenvolvimento econômico pela Universidade Yale (Estados Unidos), é autor de "A Ignorância Custa um Mundo - O Valor da Educação no Desenvolvimento do Brasil" (Editora Francis, 2004) e "Vestibular Não é o Bicho" (Editora Artes e Ofícios, 1996). Foi colaborador da Folha nos cadernos Fovest (1996-1997) e Folhateen (1997-2000).